segunda-feira, 2 de abril de 2012

Injeção tenta curar stress pós-traumático

A Marinha está testando um novo tratamento para curar o stress pós-traumático dos soldados, problema que atinge cerca de 250 mil militares. A técnica chamada SGB (stellate-ganglion block) consiste na aplicação de um anestésico em um gânglio do pescoço. 


O método foi desenvolvido pelo anestesista americano Eugene Lipov. O anestésico é administrado em um tecido nervoso do pescoço e, segundo estudos, “desliga” um fator chamado crescimento neural, que surge durante experiências estressantes e desencadeia o stress crônico.



“Eu acredito que o SGB é similar ao processo de reiniciar um computador, só que nós estamos falando de um sistema que envolve circuito de nervos e vias químicas” explica a capitã Anita Hickey, diretora da Integrative Pain Medicine da Naval Medical Center San Diego, local onde são estudados novos tratamentos para o stress pós-traumático, como acupuntura e exames cerebrais. 


O estudo foi feito com 42 pessoas da Marinha diagnosticadas com a doença. Segundo Hickey, ela não pode dar dados específicos sobre o tratamento, mas disse que o processo inclui dois grupos, um deles tratados com placebo – ela afirma não saber qual grupo está, ou não, sendo administrado o tratamento real. Isso é feito para evitar avaliações subjetivas da eficácia do tratamento. 


Lipov publicou um estudo sobre o método em 2009, porém, sempre encontrou dificuldades para financiar o projeto. Uma das razões, apontadas por comissões que negaram o projeto, é que ainda falta uma explicação neurobiológica convincente. Outros apontam os riscos do método – ele pode provocar convulsões ou atingir uma artéria. 


Com um número cada vez mais crescente de soldados com a doença, há um esforço para se descobrir novas terapias. Segundo Hickey, existem atualmente 82 diferentes estudos sobre potenciais tratamentos para curar o stress pós-traumático, financiados pela Marinha.

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